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Pequenas Empresas Grandes Negócios – Amigas criam marcenaria especializada no público jovem

Todas as peças da oficina são feitas pela dupla e sob medida para o cliente

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Quando se fala em marcenaria, é comum que as pessoas associem a atividade a um trabalho masculino. No entanto, duas amigas resolveram quebrar esse estereótipo: Letícia Piagentini, 33 anos, e Fernanda Amaral, 32, criaram juntas a Lumberjills, marcenaria e tapeçaria em que todas as peças são feitas exclusivamente por elas.

A empresa surgiu em 2015 e o nome foi pensado por conta da proposta de trabalho da dupla. “Lumberjills é o feminino de Lumberjack, que em inglês significa lenhador. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitas mulheres tiverem que desempenhar funções que até então eram masculinas e a de lenhadora foi uma delas”, afirma Letícia.

A dupla se conheceu em 2013, enquanto trabalhavam juntas na área de vendas de uma empresa. Apesar do setor em que atuavam, as duas gostavam mesmo era de fazer trabalhos manuais. No ano seguinte, para aprimorar seu hobby, Letícia resolveu fazer dois cursos: desenho de mobiliário e de marcenaria.

Quando a ideia de construir móveis para venda se tornou mais concreta, Letícia chamou Fernanda para ser sua sócia. “Eu sempre gostei de fazer trabalhos artesanais de pintura e finalização. Há anos, fazia esse tipo de coisa nos meus móveis. Quando a Letícia me chamou para abrir a marcenaria em conjunto, percebi que nossos trabalhos se complementavam”, diz Fernanda. O investimento inicial foi de R$ 20 mil.

Durante o ano de 2014, a dupla fez o planejamento do negócio e percebeu a demanda por um nicho específico do mercado: uma marca que produzisse móveis com design diferenciado e com preço acessível. “Por conta disso, nosso maior público são os jovens, pois eles preferem gastar pouco para comprar mobiliário”, afirma Fernanda.

A oficina da Lumberjills fica em Santo André e realiza 70% de suas vendas para a capital paulista. “Os clientes podem entrar em contato conosco pelas redes sociais ou por telefone. Nós fazemos todas as peças personalizadas para cada um. Quando prontas, entregamos diretamente na casa da pessoa e nós fazemos a instalação”, diz Fernanda. Por enquanto, a empresa não realiza vendas fora de São Paulo. Entre as metas da Lumberjills para 2017 está o e-commerce que deverá funcionar para todo o país.

Letícia e Fernanda são as únicas funcionárias da empresa. O processo criativo, o desenho, a produção e a instalação da peça são feitos pela dupla. “Em 2015 resolvi fazer os cursos que a Letícia já tinha feito. Assim, eu também podia fazer todas as funções do processo de marcenaria”, diz Fernanda. Além da marcenaria, a dupla investiu em tapeçaria.

Hoje, as cabeceiras de cama são a líder de vendas da empresa, que não revela seu faturamento anual.

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Todo processo é artesanal, feito sob medida. Por isso, a Lumberjills não tem estoque. “Ao contrário de marcenarias que trabalham em escala industrial, nós não negamos nenhuma peça, nem que seja um abridor de garrafa ou uma única prateleira. Muitas pessoas nos procuram exatamente para isso. Nós tentamos aproveitar cada pedacinho de madeira que sobra”, afirma Fernanda.

Apesar das empreendedoras não sentirem preconceito dos clientes, a relação com os fornecedores é diferente. “Sofremos muito julgamento por sermos mulheres no ramo. É comum escutarmos de fornecedores: ‘onde estão os marceneiros?’ ou ‘quem vai carregar este material? São só vocês duas?’. O importante é não deixarmos esses comentários nos abalarem e focarmos na boa execução do nosso trabalho”, afirma Letícia.

As peças da Lumberjills custam a partir de R$ 10 e não têm um teto pré-estabelecido. “O custo depende dos materiais que o cliente quiser no móvel. Já tivemos uma cliente que optou por pedras preciosas na cabeceira da cama e isso encareceu o valor final da peça”, diz Letícia.

Entre as metas está mudar para uma oficina maior e começar a dar cursos para mulheres que queiram ser marceneiras. “Queremos desmistificar esta profissão e provar que lugar de mulher é onde ela quiser estar. A gente espera que um dia meninas na escola falem que querem ser marceneiras quando crescer”, diz Fernanda.

Por Nicole Wey para Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios.
Link para artigo original: clique aqui

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